2011/11/07

Kataná

Símbolo de força, de uma cultura e de um país, a espada curva japonesa é um ícone universal. Feita artesanalmente com uma técnica desenvolvida ao longo de mil e quinhentos anos, ela é internacionalmente reconhecida como a espada de mais alta qualidade já produzida pelo engenho humano, extremamente valorizada e cobiçada por colecionadores no mundo inteiro. Entre fatos e lendas a respeito deste venerado objeto, Cristiane A. Sato, colaboradora do CULTURA JAPONESA, apresenta a seguir uma introdução ao fascinante mundo da nihontõ, a espada japonesa.

ORIGENS DA ESPADA JAPONESA

Benedicto Ferri de Barros, apaixonado pesquisador da nihontõ, escreveu uma vez que "de todos os artefatos produzidos pelo homem, nenhum supera a espada japonesa em perfeição artesanal, em riqueza artística, em amplitude de significado cultural, em duração histórica, em conteúdo espiritual. Sob um ou outro desses aspectos ela poderá ser sobrepujada por uma ou outra classe de objetos; nenhuma a ultrapassa no conjunto dessas características". E ele não estava exagerando. Tão diversificado em especificidades é o assunto, que é um desafio explicar numa forma resumida algo tão complexo.

Espadas são das mais antigas armas fabricadas pela humanidade, daí que no mundo inteiro e de acordo com culturas locais a espada é um objeto ao qual se deu diferentes simbologias e significados. Via de regra, a espada representa força e poder, dado sua finalidade primeira de ser uma arma. De tal modo uma espada inspirava poder, que a humanidade passou a imputar ao objeto características similares a uma pessoa, tanto que lhe eram nomes individualizantes. No ocidente são famosas as lendas do Rei Arthur e de sua espada, Excalibur. Siegfried, lendário herói germânico, tinha a espada Balmung.

Na literatura, as espadas japonesas mais antigas de que se tem notícia são as relatadas no Kojiki, coletânea de fatos, mitos e lendas da Antigüidade japonesa, considerado o primeiro livro oficial de história do Japão, escrito em 712 d.C. Lendas xintoístas no Kojiki relatam que Amaterasu, a deusa do sol, entregou três objetos a seu neto Ninigi no Mikoto, quando o incumbiu da missão de governar o Japão. Um desses objetos foi uma espada, batizada de Kusanagi no Tsurugi. Esses três objetos - um espelho, um colar e a espada - são chamados de "Tríade Divina", ou "Os Três Tesouros Sagrados". A Kusanagi no Tsurugi é curta, com cabo e lâmina forjados numa só peça parecendo um gládio romano, e encontra-se guardada no templo de Atsuta, em Nagoya. Jimmu Tennõ, filho de Ninigi no Mikoto e historicamente considerado o primeiro imperador do Japão, herdou "Os Três Tesouros Sagrados", que desde então tornaram-se símbolos do poder imperial.

Há atualmente a idéia pré-concebida de que "espada japonesa" seja a kataná, a espada curva com corte apenas de um lado usada pelos samurais. Poucos sabem, entretanto, que na origem os japoneses usavam e fabricavam espadas bem diferentes da kataná. Aliás, existem vários tipos de espadas japonesas, além da kataná. Nos séculos VII e VI a.C., épocas em que se acredita que tenha vivido o lendário Jimmu Tennõ, os japoneses aprenderam a arte da manufatura de espadas de artesãos chineses. Assim, as espadas na Antigüidade japonesa eram feitas no estilo das espadas chinesas: longas ou curtas, mas retas e com ponta dupla (forma de flecha). Este tipo de espadas são chamadas de tsurugi. Muitas dessas espadas foram encontradas em escavações arqueológicas de túmulos do período Kofun (300 d.C. a 710 d.C.).

No século VII d.C., viveu o primeiro dos grandes mestres artesãos de espadas japonesas: Amakuni. Ferreiro do imperador Mommu Tennõ, Amakuni criou durante sua carreira uma nova forma de espadas, pronunciadamente encurvada e de ponta dupla, com corte de um só lado da lâmina virado para cima. Longa (75cm em média), usada pendurada por correntes com uma cinta, esse tipo de espada foi chamada de tachi. Adotada pela alta aristocracia, as tachi foram as precurssoras das katanás dos samurais. Refinadas e decoradas, as tachi tinham mais função cerimonial do que uso em batalha.

A NECESSIDADE FEZ A ESPADA

Embora espadas tenham existido desde a Antigüidade no Japão, nem sempre elas foram símbolo de uma classe guerreira e nem eram exatamente populares. Antes de se tornarem a classe governante no Japão, os samurais eram acima de tudo exímios cavaleiros e habilidosos arqueiros. Tão marcante era tal habilidade dos samurais, que o código de conduta deles era chamado de Kyûba no Michi (O Caminho do Arco e do Cavalo).

Surgido no século X, o Kyûba no Michi era um conjunto de ensinamentos que procurava impor regras de conduta moral e de etiqueta na guerra, em tempos nos quais não haviam leis ou normas escritas para tanto. Além de preconizar treinamento físico, defendia ideais de coragem, de destemor à morte, de impassividade e de cavalheirismo, sendo um dos deveres do samurai proteger as mulheres. De influência xintoísta, o Kyûba no Michi transmitia valores de ética e comportamento usando figuras de linguagem com as armas e objetos usados pelos samurais.

No raciocínio do Kyûba no Michi, a espada representa o homem, e a bainha a mulher. Além do sentido fálico, há a conotação de que a espada representa características consideradas "masculinas", como poder, força e agressividade. Por isso, o complemento ideal da espada é a saya (bainha), que representa características "femininas", como beleza e passividade. "Uma bainha sem espada é um ornamento oco; uma espada sem bainha é usada em demasia", diz um dos antigos provérbios que sobreviveu até nossos dias. Tais ideais práticos foram posteriormente alterados e substituídos na Era Edo (1603-1867), com o advento do Bushido (O Caminho do Guerreiro). Até meados do século XV, a arma mais popular era a yari (espada curta, reta ou curva, montada num cabo longo como uma lança), típica dos ashigaru (guerreiro à pé, de camada inferior).

Um confronto histórico marcou o desenvolvimento da espada que se tornaria sinônimo de espada japonesa: a kataná. Em 1274, o imperador mongol da China, Kublai Khan, neto do conquistador Genghis Khan, enviou tropas por mar para invadir o Japão. Embora os japoneses tenham conseguido rechaçar a invasão, perceberam que os mongóis possuiam armaduras mais resistentes e que precisavam de espadas mais eficientes. Certos de que os mongóis fariam uma outra tentativa de invasão, os japoneses desenvolveram a kataná, espada levemente encurvada com ponta em forma de cunha, empunhadura longa para duas mãos e lâmina comprida com corte unilateral, medidindo em média de 60 a 70 cm.

Podendo ser segurada com as duas mãos, um golpe com a kataná aproveita toda a força de uma pessoa de modo mais eficaz. Sua forma é ideal para rápidos golpes de corte. Sua lâmina larga e resistente é praticamente inquebrável, e a ponta em forma de cunha permitia atravessar a armadura mongol. Quando os mongóis voltaram a atacar, em 1281, a kataná foi posta à prova. Encontrando os japoneses melhor preparados, os mongóis não conseguiram conquistar territórios ao desembarcar, e tiveram que voltar aos seus navios. Um tufão varreu a frota mongol, afundando-a de vez. A este evento natural os japoneses deram o nome de kamikaze (vento divino), acreditando que os deuses haviam enviado o tufão para proteger o Japão.



Em tempos de paz, mestres alfagemes tinham tempo e inclinação para fazer espadas refinadas e artísticas, mas em tempos de guerra a demanda é por quantidade, e a qualidade é colocada em plano secundário. Na Era Kamakura (1192-1333) foram criadas técnicas altamente artísticas, a ponto deste período também ser conhecido como a "era dourada" da manufatura de espadas. Foi nesse período que viveu Gorõ Nyûdõ Masamune, conhecido como "Masamune", considerado o maior mestre artesão de espadas de todos os tempos, e muitos de seus famosos e renomados discípulos, como Kunitsugu Rai, Sadamune Soshu e Yoshihiro Go. Entretanto, na Era Muromachi (1333-1573), sangrentas e contínuas guerras internas no Japão tornaram-se norma. O enfraquecimento do poder imperial deu lugar a disputas entre daimyõs (líderes feudais), uns contra os outros na disputa pelo poder sobre o país, e permitiu a ascenção dos samurais à classe dominante. Muitas espadas de boa qualidade encomendadas pelos emergentes daimyõs foram feitas nesse período, mas a necessidade de armar crescentes tropas particulares de samurais fez com que as altamente artísticas técnicas da Era Kamakura fossem abandonadas em favor de espadas utilitárias.

UM NOVO PAPEL PARA A ESPADA

Basicamente armados com espadas, lanças e arcos-e-flechas, os exércitos particulares dos daimyõs tinham forças equilibradas, e esse período de guerras intermináveis arrastou-se por séculos. Em 1543 um fato novo mudou tal situação: navegantes portugueses - os primeiros ocidentais a chegar ao Japão - introduziram armas de fogo no país: os arcabuzes, chamados de teppõ pelos japoneses. As armas de fogo foram rapidamente assimiladas pelos daimyõs, que as entregaram as suas fileiras de ashigarus. Foi com o uso criterioso de arcabuzes que Nobunaga Oda, filho de um pequeno senhor de terras, alcançou proeminência derrotando grandes e tradicionais daimyõs, tomou a capital Kyoto e se fez shõgun (general supremo, governante de fato do Japão) em 1568. Em termos de eficiência em batalha, as armas de fogo superavam as melhores espadas e os melhores espadachins. Em 1588, Hideyoshi Toyotomi, um general de Oda, fez publicar o Kataná-gari, édito que proibiu a todos os que não fossem membros do bushi (classe guerreira) a posse ou porte da espada. A partir de então, a kataná tornou-se sinônimo de samurai, enquanto as armas de fogo só eram usadas por plebeus.



Quando Ieyasu Tokugawa, outro general de Oda, unifica o país e toma o poder em 1603 assumindo o título de shõgun, inicia-se no Japão um período de paz interna, marcado por uma crescente política isolacionista do resto do mundo, e a ascenção da classe samurai ao governo e ao topo da pirâmide social. Neste período, conhecido como Era Edo (1603-1867), o governo xogunal exercido por descendentes de Tokugawa passaram a restringir a fabricação e o uso de armas de fogo, a ponto de praticamente tirá-las de circulação. Paralelamente a essas medidas, tornou-se crescente a política de valorização da kataná.

O conceito da kataná como "alma do samurai" tem suas raízes no início do xogunato Tokugawa. Embora culturalmente sempre tenha havido uma reverência pela espada, a ídéia de "alma" adveio de uma necessidade do governo de dar presentes de alto valor para nobres e líderes aliados. Séculos antes, tais presentes seriam concessões de terras, mas nos tempos do xogunato as terras existentes já tinham proprietários e novos territórios, num arquipélago, eram quase impossíveis de se obter. Katanás de qualidade e de acabamento artístico passaram a ser manufaturadas com tal finalidade. Espadas antigas, de alta qualidade e feitas por artesãos renomados, passaram a ser consideradas presentes extremamente especiais, reservadas a membros da família do shõgun. Nesta época surge a arte do kantei: a habilidade de avaliar uma espada de acordo com a época que foi feita, o fabricante e a qualidade, bem como a de apreciar suas características e mínimos detalhes, como as variações de ondulação e brilho da hada, têmpera da lâmina que se assemelha visualmente ao cerne de madeira de lei.

Visando se manter indefinidamente no poder, o clã Tokugawa interveio em todos os aspectos da vida na sociedade japonesa por meio de leis, impôs regras de etiqueta na corte em Edo, e patrocinou publicações para serem adotadas no ensino e treinamento dos samurais. Num período sem guerras, os samurais tornaram-se fundamentalmente funcionários públicos e burocratas, e apenas num sistema que privilegiasse a obediência cega os Tokugawa conseguiriam alguma fidelidade dos samurais e se manteriam no poder. Foi sob tais circunstâncias históricas que nasceu o Bushido (O Caminho do Guerreiro).

Assim, a espada ganhou enorme função simbólica na sociedade japonesa. Símbolo da classe dominante, ela impunha às pessoas comuns mais medo que respeito pelos samurais, uma vez que estes tinham literalmente licença para matar de imediato qualquer popular que eles entendessem ter agido desrespeitosamente. Na etiqueta palaciana, o modo pelo qual se portava ou segurava a espada podia ser entendido como um ato de traição punível com a morte. Por ter apenas desembainhado sua espada no palácio do shõgun em 1701, embora diante de grave e desonesta provocação de um inimigo, Naganori Asano, daimyõ do feudo de Akõ, foi condenado a cometer seppuku (suicídio ritual). Mesmo destituídos de mestre e desonrados, ex-samurais de Asano se uniram num engenhoso plano e mataram o homem responsável pela morte de seu mestre, passando para a história como os heróis da Akõgishi (Crônicas dos Bravos de Akõ), conhecida na dramaturgia japonesa como Chûshingura (O Tesouro dos Leais Servidores), ou "Os 47 Ronins".

O BANIMENTO DA KATANÁ

Ao longo do século XIX, o Japão sofreu fortes pressões das potências ocidentais para abrir seus portos, até que finalmente o governo Tokugawa entrou em colapso. Após uma guerra civil entre defensores do isolacionismo xogunal e dos que queriam a restauração do poder ao imperador, com a abertura do Japão ao ocidente, adveio a chamada Era Meiji (1868-1912).

Entretanto, não se mudam hábitos e valores de séculos do dia para a noite, e houve resistência dos samurais, mesmo diante da derrota na guerra civil e da irreversível modernização do país. Em 1876, o imperador Meiji baixou o édito Haitorei, que proibiu a todos indistintamente o porte de armas de fogo e e armas brancas. Proibidos de portar suas espadas, os samurais passaram à condição de cidadãos comuns, e do dia para a noite a atividade de produção de katanás foi cortada a zero. A maioria dos alfagemes foram obrigados a sobreviver de outras atividades; alguns poucos passaram a produzir tesouras, facas de cozinha e ferramentas de corte para marcenaria (áreas nas quais curiosamente o Japão até hoje é internacionalmente reconhecido por sua alta qualidade). Tamanho foi o descontentamento e decepção dos samurais com o Haitorei, que em 1877 uma rebelião liderada por Takamori Saigo, samurai que durante a guerra civil apoiou a restauração imperial e foi um dos líderes intelectuais do novo governo, reuniu milhares de samurais em Kagoshima, sul do Japão. Armadas com modernas armas de fogo, tropas imperiais sufocaram a rebelião e Saigo cometeu suicídio ritual.

Posteriormente, à medida que a militarização cresceu no Japão avançando pelo século XX, a necessidade de armar soldados com espadas retomou a produção, mas a quantidade requereu fabricação industrial. As katanás "Tipo 94" e "Tipo 95", feitas para oficiais do exército e da marinha até a 2ª Guerra Mundial, pareciam-se com katanás tradicionais, mas eram feitas de uma única placa metal industrializado, recebendo um número de série ao invés da assinatura de um artesão. Houve, felizmente, alguns indivíduos que procuraram preservar a manufatura tradicional com acabamento artístico neste período infeliz, como os membros da família Gassan. Um deles, Sadakatsu Gassan, chegou a receber o prestigioso título de "Tesouro (ou Patrimônio) Vivo Nacional", dado a artistas que contribuiram sobremaneira à identidade japonesa.



Com a derrota na 2ª Guerra, e sob o governo de ocupação americano (1945-1952), as forças armadas japonesas foram dissolvidas e a produção de katanás, que devido ao conflito adquiriram a imagem de "arma maligna símbolo do inimigo", foi proibida e adotaram-se medidas para recolher todas as espadas que estivessem em posse da população, a fim de destruí-las. Diante de tal situação, um senhor chamado Junji Honma pediu uma audiência pessoal com o comandante do governo de ocupação, o general Douglas MacArthur. Neste encontro, o professor Honma apresentou ao general várias espadas japonesas de diferentes períodos históricos, e rapidamente MacArthur aprendeu a diferenciar uma espada de valor artístico de uma mera espada utilitária. Graças a esta reunião, muitas espadas foram salvas da destruição, e o general amenizou as medidas de destruição de espadas limitando-as às guntõ ("espadas das forças armadas", katanás produzidas em série), permitindo que espadas de valor artístico pudessem ser preservadas e possuidas por particulares. Mesmo assim, muitas katanás foram vendidas a soldados americanos, que as compravam por uma ninharia. Outras, como ocorre em tempos de guerra, foram roubadas. Outras foram escondidas pela população, e assim permanecem. Por esta razão, há mais katanás hoje nos Estados Unidos que no Japão - cerca de um milhão de espadas - a maioria guntõ tiradas de soldados japoneses mortos na guerra .

No pós-guerra o prof. Honma fundou a Nippon Bijutsu Tõken Hozon Kyõkai (Sociedade Para a Preservação das Espadas Artísticas do Japão), em torno da qual reuniram-se os poucos alfagemes e especialistas que hoje se dedicam a preservar a arte e a tradição das espadas japonesas. Mas boa parte do esforço da entidade está em divulgar a espada japonesa, mesmo para os japoneses. Calcula-se que não mais de 1% dos japoneses atualmente tenha visto ou empunhado uma kataná tradicional legítima. Uma série de motivos cercou a espada japonesa de rituais e etiqueta, que levam a restringir sua exibição a estranhos que não sejam seus possuidores, dificultando mais ainda que as pessoas tenham algum conhecimento do assunto e preservem sua tradição. Somente a partir da criação da Nippon Bijutsu Tõken Hozon Kyõkai, devidamente autorizada pelas forças de ocupação e reconhecida pelo governo japonês, que estudiosos e conhecedores da nihontõ puderam ter acesso a coleções particulares e realizar exposições.

Atualmente fabricam-se versões industrializadas e baratas de katanás sem corte, para mera decoração ou para prática esportiva de artes marciais. A maioria das vendidas no ocidente são feitas na China. Imitações produzidas em série, tais espadas carecem de acabamento artesanal ou artístico e são pouco resistentes, podendo facilmente quebrar-se ao receber o golpe de outra kataná.

PROCESSO DE MANUFATURA DE UMA KATANÁ

Antigamente, o processo de manufatura de uma espada era considerado um ato sagrado, um ritual religioso. Mestres alfagemes eram, via de regra, monges ou seguidores da seita Yamabushi (seita asceta de origem xintoísta, posteriormente absorvida por escolas budistas), ou da Shugendõ (seita derivada da Yamabushi, também conhecida como "budismo de montanha"). Antes de começar a forjar uma espada, esses artesãos realizavam ritos de purificação corporal, e abstinham-se de saquê e de sexo enquanto a espada não fosse terminada. Eles acreditavam que kamis (espíritos, deuses) os inspiravam e os acompanhavam no processo, e por isso cada espada tornava-se "moradia" de um espírito quando terminada.



Após a 2ª Guerra Mundial, muito do conhecimento da fabricação tradicional artesanal da kataná se perdeu. Atualmente, por iniciativas individuais de apreciadores que se dedicam à recuperação de tais técnicas, alguns artífices retomaram a manufatura tradicional de katanás pesquisando antigos escritos e ilustrações ainda existentes sobre o assunto. Arami Meizukushi, um tratado sobre espadas escrito por Hakuryûshi (pseudônimo de Katsuhisa Kanda) em 1712, virou obra de referência. Artigos escritos por Munetsugu, mestre alfageme que viveu no século XIX e viajou por todo o Japão ensinando sua arte, gerando uma onda de produção de katanás hoje chamada de Movimento da Shin-shintõ (novíssima espada japonesa), formam um evangelho para os modernos artesãos. A criação da Nippon Bijutsu Tõken Hozon Kyõkai (Sociedade Para a Preservação das Espadas Artísticas do Japão) centralizou tais esforços, e mantém a missão de divulgar e preservar espadas e técnicas tradicionais de produção.

Tanto antigamente como hoje, uma kataná tradicional é basicamente feita com três instrumentos rudimentares: uma tenaz, um malho e uma bigorna. O processo baseia-se no antigo método chinês de aquecer, dobrar e achatar o metal repetidas vezes, até conseguir dar a forma que se deseja ao metal. Apesar de ser um trabalho fisicamente estressante, sujo e em ambiente quente, os ferreiros japoneses vestem-se de branco.

O que dá à kataná sua especial característica de resistência - praticamente inquebrável e capaz de cortar o cano de uma metralhadora - está no uso de dois tipos de metal fundidos numa só lâmina. Primeiramente aquece-se, bate-se e molda-se o "miolo" da lâmina com um metal mais "mole", e numa segunda etapa, acrescenta-se uma capa de metal mais "duro", que ficará na parte externa. Repete-se o processo de aquecer, bater e moldar quantas vezes forem necessárias o "sanduíche" de metais de diferentes resistências, até se obter uma única lâmina. Blocos de metais de diferentes resistências são basicamente obtidos variando-se a quantidade de ferro e carbono na composição de cada bloco. A "dura" área externa da lâmina é ideal para ser polida e e afiada. O interior "mole" absorve o impacto que a lâmina recebe ao se chocar com outra área dura, evitando que ela se parta.

A diferença de composição das ligas de metal é crucial na formação da curvatura da kataná. Embora o alfageme molde a lâmina enquanto o metal está quente, o formato preciso desejado pelo artesão só será obtido no súbito resfriamento final, quando ele mergulhar a lâmina em água. Antes de resfriar a lâmina, ele passa argila onde ela será afiada, e o modo pelo qual ele mergulha a lâmina na água define se a lâmina se tornará uma espada, ou se o artesão precisará recomeçar o trabalho do zero. A diferença de composição dos metais no interior e no exterior da lâmina faz com que, no resfriamento, a lâmina se contraia e produza a forma final da curvatura. Neste instante, é comum que a lâmina sofra rachaduras, ou fique com uma curvatura incorreta ou indesejada, e o trabalho seja perdido. Em média, 5 lâminas são descartadas, e na sexta tentativa é que o artesão consegue aquela que irá finalmente tornar-se uma espada, o que torna todo o processo demorado (que varia de horas a semanas). Na área que foi coberta com argila, aparecem as primeiras formas da hada (têmpera ondulada). O uso de metais de diferentes resistências na moldagem da lâmina e o modo de encurvar a lâmina são processos desenvolvidos pela metalurgia tradicional japonesa.

A lâmina produzida pelo alfageme vai em seguida para outro especialista: o polidor. Usando apenas pedras para polir e afiar e as próprias mãos, o polidor exaustivamente esfrega a lâmina até obter o máximo de seu brilho e dar-lhe um corte afiado como o de uma navalha. Nas mãos dele os detalhes da hada virão à tona no máximo de seu esplendor. Finalmente, a lâmina estará pronta para ir para outro mestre: o montador. Verdadeiro artista, o montador não apenas faz o acabamento da lâmina, montando os acessórios fabricados pelo alfageme já devidamente limpos pelo polidor, como irá preparar a empunhadura com fitas de tecido resistentes habilmente trançadas e pequenas peças decorativas em bronze, osso ou marfim (algumas dessas peças são amuletos). Por fim, é feita a peça maior do montador: a saya (bainha). Feita em couro ou madeira, encerada ou laqueada, a saya é feita para acondicionar a kataná e seus acessórios com precisão, de tal modo que cada saya serve apenas para a kataná para a qual ela foi feita. Entre polimento e montagem, é comum que se demore mais 3 ou 4 semanas.

Finalmente, a kataná pronta volta ao alfageme, que fará a análise final para certificar-se de que a espada atende suas expectativas. Aprovada, a espada está apta a receber a mei, a assinatura do artesão (quando a espada não é assinada, ela é chamada de mumei kataná, "espada sem assinatura"). Após um ritual para purificar e consagrar a nova espada, ela está pronta para cumprir seu destino, seja qual ele for.

TIPOS DE ESPADAS JAPONESAS

A grande maioria das espadas japonesas legítimas foi feita artesanalmente e sob encomenda, adequando-se a características e necessidades pessoais. Isso faz com que nenhuma espada seja exatamente igual a outra, e que nenhuma padronização de medidas tenha sido aplicada com absoluta precisão, mesmo quando houve produção maciça de katanás.

Espadas japonesas são medidas em unidades de shaku (1 shaku mede aproximadamente 30,3 centímetros), ou 10/33 metros. Também existem as medidas sun (um décimo de shaku), bu (um centésimo de shaku) e rin (um milésimo de shaku).

- Chisa-kataná: é uma kataná média, medindo entre 60 e 70 cm (um pouco mais longo que a wakizashi, mas mais curto que a kataná).

- Daitõ: nome que se dá a qualquer espada longa, com lâmina medindo mais de 2 shaku (mais de 60 cm).

- Daisho: nome que se dá ao conjunto de uma kataná com uma wakizashi (duas espadas de samurai similares, diferentes apenas no comprimento).

- Kataná: espada curva com ponta em forma de cunha, empunhadura longa para duas mãos e lâmina comprida com corte unilateral, medidindo em média de 60 a 70 cm, podendo ser mais longa. Ideal para rápidos golpes de corte e resistente, foi adotada pela classe guerreira (bushi).

- Kodachi: é a tachi curta, com lâmina que mede mais de 1 shaku e menos de 2 (entre 30 e 60 cm).

- Kozuka: pequena e fina faca utilitária, feita para se encaixar entre a saya (bainha) e a tsuba (guarda, placa redonda chata e vazada para proteger as mãos) de uma kataná. Seu cabo trabalhado serve de complemento decorativo da saya.

- Naginata: espada curta montada num cabo longo, lança. Também chamada de yari.



- Nodachi: kataná extraordinariamente longa, chegando a medir 3 shaku (90 cm), que é carregada nas costas. É o mesmo que õdachi.

- Sai: tridente com lâmina central mais longa que as lâminas laterais, usada para deter golpes de um adversário com uma kataná. Dela deriva o jitte, cassetete fino de metal sem ponta viva, com um gancho no lugar do copo da empunhadura, usada por policiais na Era Edo (1603-1867).

- Shotõ: nome que se dá a qualquer espada curta, com lâmina medindo mais de 1 shaku e menos de 2 (entre 30 e 60 cm).

- Tachi: refinada espada pronunciadamente encurvada de ponta dupla, com corte de um só lado da lâmina. Longa (75cm em média), usada pendurada por correntes com uma cinta, esse tipo de espada foi adotada pela alta aristocracia a partir do séc. VII.

- Tantõ: adaga; lâmina com menos de 1 shaku (30 cm). Usada em suicídio ritual.

- Tsurugi: espada de dois gumes e ponta dupla, similar às espadas ocidentais antigas, feita no Japão na Antigüidade. Seu formato e forma de fabricação baseavam-se em modelos e técnicas da China.

- Wakizashi: é a kataná curta, medindo de 30 a 60 cm.

CLASSIFICAÇÃO HISTÓRICA DAS ESPADAS JAPONESAS

Espadas japonesas, de acordo com a época em que foram produzidas, são classificadas nos períodos abaixo descritos. Há porém discrepâncias entre as datas exatas do período de abrangência de tais períodos, que variam de acordo com a fonte de informação ou autor. A classificação a seguir consta da "Japan Encyclopedia" de Louis Fréderic, publicada pela Universidade de Harvard.

- Jokotõ: "espada antiga"; engloba espadas manufaturadas até meados da Era Heian (794 -1192), por volta do ano 900. Também é chamado de período Chokutõ.

- Kotõ: "espada velha"; espadas feitas entre o ano 900 até o final da Era Muromachi (1333-1573)

- Shintõ: "espada nova"; as que foram manufaturadas do início da Era Azuchi-Momoyama (1574-1603) a meados da Era Edo (1603-1867), por volta de 1804.

- Shin-shintõ: "espada novíssima", ou "espada moderna"; classificação genérica para todas as espadas feitas a partir de 1804.

- Fukkõtõ: "espada do ressurgimento"; especifica espadas feitas de 1804 ao fim da Era Edo (1867).

- Kyûshintõ: espadas feitas do início da Era Meiji (1868-1912) a 1937, quando se inicia a intervenção na China, ano que os japoneses consideram o início da 2ª Guerra.

- Shinguntõ: "espada do exército"; feitas de 1937 a 1945 (fim da 2ª Guerra Mundial) para o exército.

- Kaiguntõ: "espada da marinha"; feitas de 1937 a 1945 (fim da 2ª Guerra Mundial) para a marinha.

(obs.: tanto as "espadas do exército" como as "espadas da marinha" são classificadas genericamente como Guntõ, "espadas das forças armadas")

PARA SABER MAIS SOBRE A ESPADA JAPONESA

O site Cultura Japonesa recomenda os seguintes livros:

- "THE CONNOISEUR'S BOOK OF JAPANESE SWORDS", de Kokan Nagayama, publicado pela Kodansha International.

- "THE CRAFT OF THE JAPANESE SWORD", de Leon e Hiroko Kapp, publicado pela Kodansha Intl.

- "THE JAPANESE SWORD: A COMPREHENSIVE GUIDE", de Kanzan Sato, publicado pela Kodansha Intl.

- "A MAGIA DA ESPADA JAPONESA", de George Guimarães, publicado pela Cultrix. Difícil de encontrar disponível em lojas, mas pode ser encomendado através das livrarias Saraiva e Cultura.

- "JAPÃO, A HARMONIA DOS CONTRÁRIOS", de Benedicto Ferri de Barros, publicado por T.A. Queiroz. Embora esteja esgotado, o livro é suscinto e ideal para os que querem se iniciar no assunto. O autor foi o primeiro brasileiro reconhecido como especialista em espadas japonesas e membro da Nippon Bijutsu Tõken Hozon Kyõkai (Sociedade Para a Preservação das Espadas Artísticas do Japão). Disponível para consulta na biblioteca da Fundação Japão (Av. Paulista, 37 - 2º and., São Paulo/SP). Na tevê paga, o canal History Channel freqüentemente reprisa o ótimo documentário MESTRES: MASAMUNE, sobre o artesão que viveu no século XIII e que é considerado o melhor forjador de espadas do Japão de todos os tempos. É preciso consultar na grade de programação ou com a operadora quando o documentário virá ao ar novamente.



Fonte: http://www.culturajaponesa.com.br/htm/katana.html

Wolverine

Quando Wolverine surgiu, em 1974, é bem provável que seu criador, o roteirista Len Wein, sequer suspeitasse do sucesso que aquele baixinho vestido de amarelo e com bigodinhos faria pouco tempo depois. Menos ainda que, passados pouco mais de 30 anos após a primeira aparição do mutante em uma história do Hulk (The Incredible Hulk 180), ele estaria no auge de sua popularidade.

Com o seu filme solo nos cinemas e desenho animado nas telinhas, o Omelete resolveu trazer aos marinheiros de primeira viagem uma série de artigos que jogassem alguma luz sobre o herói nas histórias em quadrinhos. É no meio em que ele nasceu, afinal, que Wolverine tem um rico - e complicado - histórico, não só pela extraordinária longevidade do personagem, mas também por causa dos implantes de memória e constantes lavagens cerebrais, que tornam seu passado uma intrincada colcha de retalhos.

As Origens

O que se sabe com certeza é que o homem que durante muitos anos foi chamado simplesmente de Logan nasceu James Howlett, no Canadá, na segunda metade do século XIX.

Depois de uma tragédia familiar, James assumiu o nome Logan e passou o resto de sua adolescência nas florestas daquele país. Quase cem anos depois, na última metade do século XX, Logan foi recrutado - à força ou não - pelo governo canadense para participar do projeto Arma X, no qual teve o metal indestrutível adamantium vinculado aos seus ossos. Pouco tempo depois integrou o primeiro supergrupo do Canadá, a Tropa Alfa, que deixou para tornar-se um membro relutante dos X-Men, grupo do qual nunca mais saiu.

Entre cada uma dessas fases, registradas nos quadrinhos, há grandes espaços em branco - resultando em poucas certezas do que é fato ou ficção na biografia de Logan.




Memórias desencontradas

As várias fases de Wolverine nos quadrinhos foram contadas de maneira não-linear - como a própria memória do mutante. Assim, ainda restam dúvidas sobre a ordem dos fatos que não envolvem momentos históricos significativos, como a Segunda Guerra Mundial, quando Logan lutou ao lado do exército canadense, tendo encontrado, inclusive, com o Capitão América quando servia na ilha de Madripoor. Nessa época ele libertaria reféns dos nazistas, inclusive uma certa Natasha Romanoff, que mais tarde se tornaria a heroína Viúva Negra.

Na década de 1950, Wolverine voltou ao Canadá, onde usufruiu de uma vida simples ao lado de sua esposa, Raposa Prateada. A fase feliz, porém, era mera ilusão, um implante de memória, e a mulher não passava de uma das agentes do programa Arma X.

Dez anos depois, nos anos 1960, Logan também atuou como agente da CIA, o serviço secreto dos Estados Unidos. Ao lado de Victor Creed (o Dentes de Sabre) e outros mutantes também egressos do Arma X, ele realizou missões supersecretas. Também nesse período, Logan prestou serviços à S.H.I.E.L.D., tornando-se um dos grandes amigos do então chefe da agência, Nick Fury.

No Japão

Em alguma parte de sua vida, que pode ter sido antes ou depois de seu período como agente secreto, Logan passou um bom tempo no Japão, onde adquiriu um grande senso de honra e excepcional treinamento marcial. Foi na Terra do Sol Nascente que o mutante ficou noivo de Mariko Yashida, filha de um chefão da Yakuza, Shingen Harada. Um confronto entre Shingen e Wolverine terminou com a morte do primeiro. Anos mais tarde, Mariko - que terminou o relacionamento com Logan antes que se casassem - foi envenenada por um inimigo e morreu pelas garras de seu ex-noivo após pedir que ele a livrasse da agonia. Seu meio-irmão, Kenuichio Harada, o Samurai de Prata foi, durante muitos anos, inimigo ferrenho de Logan e dos X-Men, tanto que chegou a ter a mão amputada pelo baixinho canadense. Seus últimos encontros, porém, foram quase amigáveis.

Outro momento importante passado no Japão foi o treinamento com o mestre Ogun. Durante seus desafios de aprimoramento, Logan conheceu Itsu, uma bela aldeã. O relacionamento entre os dois foi intenso e ela engravidou do mutante. Um dia, depois de falhar em seu teste de honra, Logan volta para casa e descobre Itsu morta com um tiro no coração e dois na barriga. O responsável pela atrocidade foi o supervilão Romulus - que, sem Logan saber, extraiu o bebê do corpo de Itsu e o criou para se tornar um assassino impiedoso, Daken.

Arma X

O passado de Wolverine sempre foi coberto de mistério. Cobaia de uma experiência governamental (o Programa Arma X) Logan pouco sabe sobre sua vida anterior, pois teve memórias falsas implantadas pelos militares.

Só recentemente se descobriu seu verdadeiro nome: James Howlett. Nascido em Alberta, no Canadá, filho de Elisabeth e John Howlett. É irmão mais novo de John Howlett Jr., que "morreu" logo cedo.

Devido ao seu “Fator de Cura Mutante”, o envelhecimento de Logan é lento, fazendo com que sua idade certa seja indeterminada. Sabemos porém que ele lutou na Guerra Civil Americana e na Segunda Guerra Mundial (ao lado do Capitão América). No livro do autor Hugh Matthews, intitulado "Lifeblood", Wolverine está preso em um campo de concentração na Polônia chamado "Höllenfeuer" (algo como 'Fogo do Inferno'), durante parte da Segunda Guerra Mundial.

Já tendo atuado como agente secreto da C.I.A. e do Serviço Secreto Canadense, ao cair em desgraça junto a seus superiores, ele foi caçado como uma ameaça, capturado e enviado a custódia de cientistas canadenses, participantes do "Programa Arma-X", quando se descobriu que ele era um mutante com fator de regeneração e com garras ósseas retráteis saindo de cada pulso. Esse programa, (parte do programa Arma Extra, que pretendia criar máquinas de guerra perfeitas), precisava de "voluntários" para sua técnica de implantes de Adamantium, (um metal fictício, sendo o mais resistente da Terra), no esqueleto humano. Graças ao seu fator de cura, Logan conseguiu sobreviver aos experimentos: o resultado foi que todo o seu esqueleto foi revestido com o metal experimental.



Tropa Alfa

Conseguindo escapar do Programa, Logan viveu como um animal durante muito tempo nas florestas canadenses, sem memória e agindo apenas por instinto. Só voltou ao convívio da sociedade quando o casal Heather e James McDonald Hudson o encontraram, cuidando dele e o fazendo se comportar como um humano novamente. James (que era o herói Víndix) o convidou para fazer parte da Tropa Alfa, o super-grupo de heróis canadenses.

X-Men

Logan atuou com o grupo canadense até ser convocado pelo Professor X (juntamente com um grupo de mutantes novatos) para salvar seus pupilos originais de Krakoa, a "Ilha Viva". Após o bem sucedido resgate, Wolverine aceita o convite do Professor e permanece nos Estados Unidos, tornando-se um membro ativo dos X-Men, onde permanece até os dias de hoje.

Após a Saga Queda dos Mutantes, no período em que os X-Men foram dados como mortos e passaram a atuar tendo como base uma cidade abandonada no deserto australiano (antiga base dos Carniceiros de Mutantes), Logan começou a dividir seu tempo junto com a equipe em aventuras solo. Estas se passavam em Madripoor (uma ilha, capital de um principado fictício ao sul de Singapura), onde ficou conhecido como Caolho, por usar um tampão em um olho. Essa fase foi mostrada no Brasil com o lançamento de sua Revista-Solo, pela Editora Abril,no início de 1992.

Em uma aventura (publicada no Brasil em X-Men Gigante nº2) onde Magneto pretendia lançar sua empreitada rumo ao domínio do mundo através base espacial que controlava, Wolverine teve todo o Adamantium retirado de seus ossos pelo vilão. Foi essa aventura que mostrou pela primeira vez que as suas garras já existiam antes da experiência do programa Arma X. Depois disso, Wolverine passou por um período totalmente voltado ao seu lado animalesco, praticamente irracional, sendo incapaz de até mesmo de pronunciar uma só palavra. Somente com a ajuda de Elektra e Stick, ele conseguiu recuperar o auto-controle.

Posteriormente, os ossos de Wolverine voltaram a ser recobertos de Adamantium pelo vilão Apocalipse, que o transformou no Cavaleiro "Morte". Após se livrar do controle mental, o herói teve de passar por um período de readaptação e treinamento.



Logan já teve três esposas: a empresária japonesa Mariko Yashida, a índia canadense Raposa Prateada (fato questionável, devido aos implantes de memória que o herói recebeu) e a vilã conhecida como Víbora (antiga Madame Hidra). Este último casamento não ocorreu por vínculos afetivo: Wolverine se sentiu na obrigação de se casar para cumprir uma promessa feita a uma amiga já falecida a muitos anos atrás: Seraph, a fundadora do Bar Princesa. Já Víbora desejava assegurar seu domínio sobre o mundo do crime na cidade fictícia de Madripoor.

Um personagem de extremos, Wolverine já representou diversos "papéis" dentro dos X-Men. Tendo passado de "garoto-problema" a tutor e "consciência" do grupo, o comprometimento de Logan com o sonho de coexistência pacífica entre humanos e mutantes é total. Considerando os X-Men sua família, ele, de sua maneira característica, sempre oferece ajuda a todos os membros em momentos de dificuldade, aconselhando-os ou chamando-os à realidade, da maneira que se fizer necessária.

X-force

Após nascer a primeira mutante após o Dia M, Ciclope organiza a X-force,um grupo liderado por Wolverine cuja formatação foi: Wolverine, X23, Apache, Lupina, Caliban e Hepzibah.Caliban morre e Hepzibah fica ferida naquela missão e é absolvida da X-force. Este grupo seviu de Purificadores de vilões, o que deixou Wolverine e X23 livres para expressar o seu lado animal, matando todos os bandidos que encontram pela frente.



A primeira missão da X-force foi salvar Lupina dos Purificadores de Matthew Risman, que criaram um coro de Arcanjos com asas. Quando a menina volta para casa, ela arranca as assa do Anjo, o transformando em arcanjo de novo. Então, a X-force voltou a atacar os purificadores, desta vez atrás do anjo e de lupina.

No final, Anjo consegue controlar a forma entre Anjo e Arcanjo, se tornando membro da X-force, Lupina mata o seu pai, ainda dominada pelo desejo de matar o anjo,já que seu pai era um dos Arcanjos do coro e Elixir vai até o Ninho do Anjo (sede da X-force) para curar a lupina e o Anjo do seu trauma da primeira missão da equipe, tornando - se o membro mais novo do Grupo. já na segunda e terceira missão a X-force tirou de letra a nota A. Tendo agora em seu grupo Doominó, Vanisher, Elixir, Deadpoool e Cable, Wolverine têm de assumir missões bem maiores e que podem sustentar o seu apetite por lutas e violências.

Guerra Messiânica

Crossover Cable/X-Force. Durante o evento Lepra Suicída, em que a Rainha Leprosa e sua Liga Sapiens raptou mutantes aumentando seus poderes de forma que se tornem armas altamente destrutivas. A nova X-Force, é convocada por Ciclope para resgatar os mutantes presos e deter os planos da terrorista louca e mata-lá se fosse necessário. Mas durante esses eventos a X-Force formada por Wolverine(lider), Apache, Arcanjo, X-23, Dominó, Vanisher e Elixir são teletransportados para o futuro através de um mecanismo feito pelo Fera usando tecnologia do Forge em um tipo de pulseira. Apesar de ser um tipo de "missão de resgate", Cable não gostou nada da equipe ter viajado para o futuro.Ao derrotar o traidor Bishop, eles descobrem que o "todo-poderoso" desse futuro era nada mais nada menos que o clone de Nathan, Conflyto. Cable e Wolverine tiveram que juntar forças para derrotar as hordas de Conflyto. Arcanjo encontra Apocalipse, que por sua vez traído pelo clone do antigo Messias encontra-se em uma caverna velho e cansado que ao tocar em seu mais letal cavaleiro recebe a energia vital que precisava para se erguer. Assim para derrotar Conflyto foram necessários a X-Force, Cable e Apocalipse.No final a X-Force regressa ao nosso tempo, Cable e Esperança fogem rumo ao futuro, mas se separam no fluxo cronológico e Bishop continua sua jornada para matar a nova messias mutante.


Vingadores

Wolverine foi um dos convocados para entrar na nova formação de Vingadores. O Homem de Ferro teve de convencer o Capitão América para que Logan fosse aceito na equipe, com o argumento de que ele seria o elemento a mais na equipe, aquele que chegaria onde nenhum deles conseguiria, no caso de ações mais bruscas ou violentas, devido ao seu sangue frio e histórico marcado por assassinatos e outros. Quando viu a Tropa Alfa sendo completamente aniquilada pelo Coletivo, Wolverine se enfureceu e tentou, como pode, enfrentar o monstro.

Dinastia M e dizimação

James Howlett é um mutante que esta vivo por um século. Sobre os anos, a mente de James submeteu-se a traumas numerosos, lavagens cerebrais pelas organizações clandestinas, que fizeram o impossível para que ele recorde de seu passado verdadeiro. O que é deixado com ele é bocados de partes da memória e ele nunca sabe o que aconteceu com ele realmente.

Antes da guerra Mutante-Humana, James, codinome Wolverine, era um operativo chave na organização S.H.I.E.L.D.. Treinado por alguns dos melhores homens militares no planeta, incluindo Nick Fury e Frank Castle, Wolverine foi usado somente nas operações mais secretas. Quando seus superiores souberam de sua natureza mutante, foi mantido ausente da guerra Mutante-Humana. Foi somente quando toda a guerra iria acabar, Wolverine pensou em realizar uma tentativa do assassinato ao líder mutante, Magneto. A missão nunca ocorreu. Com os mutantes vitoriosos, a S.H.I.E.L.D. foi fechada temporariamente para baixo. James foi liberado de seu quarto solitário e descobriu um mundo novo, bravo do mutante.

Enquanto a S.H.I.E.L.D. retrocedia por seu diretor novo, Sebastian Shaw, Wolverine foi colocado na carga de um esquadrão especial dos mutantes conhecidos como o Esquadrão Vermelho. Ali ele encontrou-se com sua amante atual, Mística. O Esquadrão Vermelho foi usado quase exclusivamente para botar abaixo terroristas humanos e ameaças super-humanas. Foi mais do que até a tarefa com uma taxa de um sucesso de 100%. Com a família e os amigos, e um lugar novo no mundo, James era finalmente satisfeito.

Infelizmente, as coisas mudaram. James começou a ter sonhos e fazer com que questione sua própria vida e o seu próprio mundo. Tentou afogar estes medos com o álcool e as drogas mas este provou ser um ato mal sucedido. Embora odiando a ideia de qualquer um que vasculhe a sua cabeça, recorreu aos telepatas da S.H.I.E.L.D. para a ajuda, mas falharam.

Estas imagens tornaram-se mais viscerais e conduziram-se a Wolverine para fazer algumas decisões questionáveis no campo. Aquelas decisões conduziram a Sebastian Shaw e sua equipe, incluindo Mística, para questionar o sanidade de Wolverine e o seu papel no futuro da S.H.I.E.L.D..

Na última parte da saga Dinastia M (publicada no Brasil pela Panini Group), Wolverine recupera suas memórias, se lembrando de tudo. Esse foi o fio da meada para fazer Wolverine entrar numa caçada de vida ou morte. A noticia da volta de sua melhora impulsionou a queima de arquivos e outros até se mataram. No arco de histórias Origens e Destinos, o primeiro desde Dinastia M, publicado em sua revista mensal do número 25 ao 29, Logan enfrenta o Samurai de Prata e Bucky Jones em busca de respostas. Descobre que o Soldado Invernal matou sua esposa grávida, mas o bebê não teria morrido. Wolverine reconhece que Bucky estava sendo controlado pelo Arma X, e que não teve culpa, Logan agora vai atrás dos verdadeiros culpados por tudo.Os eventos são retratados durante o arco Origens, continuação da saga Origens & Destinos.

 
Guerra Civil

Durante a mega - saga Guerra Civil, Wolverine foi atrás do responsável pela morte das pessoas em Stamford (sem o consentimento dos X-Men e nem dos Vingadores): Nitro. Na sua busca, Wolverine foi totalmente incinerado até os ossos por Nitro, mas, para surpresa de todos, ele retornou e pegou o vilão. Descobriu então que aquele não era o potencial de Nitro e que alguém estava ajudando ele a ganhar mais poder de fogo. Outro que também queria a cabeça de Nitro era o Príncipe Sub-marino. Este disse a Logan que Nitro era dele por ter matado Namorita. Wolverine, com a roupa de Homem de Ferro, conseguiu pegar Nitro e descobriu quem o havia ajudado. Ele então foi prestar contas com a seguradora que ganhou dinheiro com a explosão.Logo após, Wolverine entrou para os Vingadores Secretos do Capitão.



Fontes:

O Diamante

Dentre todas as pedras preciosas, o diamante sem dúvida é o "Rei". Um diamante polido, engastado num anel ou colar, ou até numa coroa real, é uma jóia belíssima; além disso, seu preço é muito alto.

O homem conhece o diamante há milhares de anos. Uma das doze pedras preciosas que o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) usava o Choshen (Peitoral) do Efod (veste do Sumo Sacerdote), representando as doze tribos de Israel, era um diamante.

O diamante é conhecido por ser a pedra mais dura e mais resistente. A palavra "diamante" é derivada de uma palavra grega que significa "inconquistável".

Há cerca de 130 anos, o diamante era bastante raro. Em 1866, os filhos de um fazendeiro na África do Sul encontraram uma pedra tão reluzente que chegava a soltar faíscas, e brincaram com ela, guardando-a entre seus brinquedos. Quando a mãe percebeu a pedra brilhante, deu-a a um vizinho, que a vendeu para um ambulante por alguns trocados. Aquela pedra era um diamante que depois foi classificado como pesando mais de 21 quilates.

As pessoas começaram a encontrar mais diamantes na mesma área. Em 1869, um pastor vendeu um diamante com mais de 83 quilates pelo preço de 500 ovelhas, dez vacas e um cavalo. A notícia do achado destes tesouros espalhou-se como fogo na mata. Logo havia milhares de "caçadores de tesouro" perto do Rio Vaal na África do Sul, onde os diamantes acima mencionados tinham sido encontrados. Alguns anos depois, começou a escavação no agora famoso campo de Kimberly. Ali também, o primeiro diamante foi encontrado por acaso.


Uns poucos "caçadores" chegaram ao local, onde mais tarde seria fundada a cidade de Kimberly. Eles estabeleceram uma fazenda. Isso foi no verão de 1871. Um dos trabalhadores fez algo de errado, e como castigo, foi mandado para cavar num campo das proximidades. Enquanto cavava, encontrou diamantes.

Houve uma corrida até o campo, e cerca de 1600 homens compraram cotas do lugar, embora tivesse apenas 10 acres de tamanho. Todos começaram a cavar em sua propriedade, e carregavam a rocha e a levavam por correntes até a mina na superfície; ai a "rocha" era lavada e filtrada, para fazer surgir os diamantes. O campo da mina foi transformado numa densa rede de correntes; fervilhava como uma colméia, todos trabalhando para si mesmos, não pensando no vizinho. Com freqüência, as finas paredes entre as minas desabavam, porque não havia um sistema de cooperação. Muitas vezes, um ou outro mineiro atingia um regato subterrâneo que inundava sua mina, e também as dos vizinhos.

Dois homens sonhavam criar um monopólio das minas de diamantes para eles próprios. Um deles era um inglês, Cecil Rhodes. Ele iniciou sua carreira alugando bombas de água para vários "escavadores", e pouco a pouco começou a adquirir pequenas cotas nos lucros. Também o outro homem, Barbey Barnatto, começou a comprar mais e mais cotas. Alguns anos depois Cecil Rhodes comprou as cotas de Barney Barnatto, e assim se tornou o único dono das famosas minas "De Beer". Este era o nome de uma família sul africana a quem os campos tinham pertencido originalmente, antes da descoberta dos diamantes.

Rhodes pagou 26 milhões de dólares para se tornar o único dono das minas de diamantes. A empresa que ele formou "Minas Consolidadas De Beer Limitada", atualmente controla a produção e o preço dos diamantes em todo o mundo.

Hoje em dia, 5 toneladas de diamantes são extraídas anualmente, e a maior parte vai para fins industriais, não para joalherias. O diamante pelo seu grau de dureza é usado para diversos propósitos: cortar ferro e aço, serrar pedras, polir, moer e raspar diversos tipos de instrumentos, etc.


O diamante industrial, embora inútil como jóia, é uma parte vital na indústria mecânica, como eletricidade ou outras formas de força. Em 1957, por exemplo, os Estados Unidos importaram 15 milhões de quilates de diamantes. Desse total, menos de 2 milhões de quilates foram para joalherias. O restante – mais de 13 milhões de quilates, ou quase 3 toneladas – eram diamantes industriais.

Como jóia, o diamante custa cerca de U$ 1000,00/quilate, ao passo que um diamante industrial custa apenas U$ 4,00/ quilate.

As minas de diamantes da África do Sul produzem a maioria dos diamantes. O Congo Belga (atual República do Congo, na África Central) tem a maior quantidade de diamantes industriais. Em 1957, 13 milhões de quilates foram extraídos, porém 95% deles eram da qualidade industrial, mais barata, que é moída até virar pó para fins de polimento. A África como um todo produz 97% de toda a produção mundial de diamantes. A produção mundial supera os 23 milhões de quilates por ano. Tanganica, Gana, África Ocidental Francesa e outras partes do Continente Negro também produzem boa quantidade de diamantes, mas todos são vendidos através da empresa De Beer.

Um dos primeiros países onde os diamantes foram descobertos foi a Índia. Ali os diamantes eram conhecidos há mais de 2000 anos. Segundo a lenda, o famoso "Koh-I-Noor" ("montanhas de luz"), que hoje faz parte dos tesouros da Coroa Britânica, foi descoberto na Índia.

Houve certa vez um diamante com uma lenda ligada a ele, chamado "o grande Mogul", e pesava 787 quilates. Há cerca de 300 anos, desapareceu, e foi cortado em pedras menores. Uma dessas partes, pesando 280 quilates foi utilizado para a coroa de um marajá indiano.


Dentre os tesouros russos, há um diamante das jóias da coroa dos antigos czares. É chamado "Orloff", e pesa 220 quilates. Um soldado francês o roubou de um templo hindu, do olho de uma estátua que ali havia. Isso ocorreu em 1700. A pedra mudou de mão muitas vezes, sempre com derramamento de sangue envolvido, até que chegou a Amsterdã em 1774. Ali, um príncipe russo, Orloff, comprou-a (por cerca de meio milhão de dólares) e deu-a de presente à rainha Catarina II. Alguns acreditam que também fazia parte do "Grande Mogul" extraviado.

Um dos diamantes mais famosos é o "Hope", uma pedra enorme, azul, rara. Está envolvido nas mortes trágicas de doze pessoas; também causou tragédias em duas famílias reais. É parte de uma pedra maior, que pertenceu ao rei francês, Luiz XIV. Foi roubado na época da Revolução Francesa. Posteriormente, apareceu na Inglaterra (44 quilates) onde um banqueiro, Henry Thomas Hope, comprou-a em 1800. Mais tarde, um sultão turco, Abdul Al Hamid, comprou-a, e a deu para sua esposa favorita usá-la ao redor do pescoço. Aparentemente o diamante também trazia má sorte, pois ele perdeu o trono. A pedra agora pertence a um mercador de diamantes em Nova York.

O maior diamante do mundo foi encontrado na Mina Premier em Transvaal, na África do Sul. Esta nova mina de diamantes foi descoberta em 1902 por um tal Thomas Cullinan. Três anos depois, o capataz, Frederick Wells, percebeu um raio de luz na lama de uma mina aberta; com seu canivete, ele desenterrou o maior diamante do mundo – 3106 quilates, ou meio quilo de peso.
O Governo de Transvaal presenteou o "gigante" ao Rei Edward VII da Inglaterra. A pedra foi chamada de "Cullinan". O rei escolheu o famoso lapidador, J. Osher de Amsterdã, para cortar a pedra. Este especialista estudou a pedra durante meses. Uma batida no lugar errado poderia partir a o diamante em pedaços.

As responsabilidade e a tensão eram indescritíveis. Algumas vezes ele desmaiou durante o trabalho. Finalmente, partiu com sucesso em nove diamantes grandes, e 100 jóias menores. A pedra maior pesava 530 quilates e foi engastada no Cetro real. A pedra leva o nome de "Primeira Estrela da África".

A "Segunda Estrela da África" do diamante Cullinan pesa cerca de 130 quilates, e enfeita a Coroa Real Britânica, que é usada na Coroação.


Cortar e polir um diamante bruto de tamanho grande pode levar um ano. O especialista precisa de extrema paciência, arte, e nervos de aço. Cada diamante tem suas próprias peculiaridades. O lapidador estuda os "músculos" internos, ou gramatura da pedra, faz diversas linhas demarcatórias ao redor do diamante, de modo a obter a pedra maior e o menor número possível de pedras pequenas; quanto maior a pedra, mais alto é o preço.

Às vezes ocorre que um especialista corte a pedra com uma batida do martelo no ponto exato, como fez J. Osher com o diamante Cullinan (e desmaiou na mesma hora). Ele foi informado mais tarde que o golpe tinha sido perfeito. Atualmente, os diamantes são cortados por serras especiais. São rodas, finas como papel, cobertas com pó de diamante misturado com azeite de oliva, e giram mecanicamente a grande velocidade, serrando o diamante bem lentamente, muitas vezes durante semanas. Somente um diamante pode cortar outro, porque não existe substância mais dura que o diamante.

Mas por que estamos contando sobre a história dos diamantes com tantos detalhes? Por que tudo que é criado no mundo, certamente possuí um propósito Divino.

O Báal Shem Tov, cujo aniversário é a 18 de Elul, declarou que todo judeu é um "diamante", porque possui as qualidades naturais daquela gema; é duro e determinado (um povo que não se dobra), e inconquistável na sua profunda crença interior no Todo Poderoso; os traços e qualidades inatas do judeu reluzem como raios do sol. Porém, assim como um diamante é bruto e opaco quando retirado da terra, e somente após ser lavado, raspado e polido emerge o verdadeiro "diamante", o mesmo ocorre com cada judeu. Suas boas qualidades estão ocultas no seu âmago, sob uma camada de "lama" que precisa ser lavada e limpa, até que sua centelha interior brilhe até a superfície. Aqui também, muita paciência e amor são necessários, grande Ahavat Yisrael (amor ao próximo) para fazer surgir aquilo que há de bom no outro. A pessoa precisa atingir o "ponto" certo.

Da mesma forma que é preciso um diamante para cortar e polir outro diamante, o mesmo ocorre com cada judeu. É somente num ambiente genuinamente judaico, que instila sabedoria de Torá e incentiva o cumprimento das mitsvot, que um judeu pode desenvolver suas qualidades da forma mais pura e elevada.




Fonte: http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/diamante/home.html